| 08/08/2008 23h47min
Os Estados Unidos podem retirar a Coréia do Norte da lista de patrocinadores do terrorismo a partir desta segunda-feira, mas é pouco provável que o façam nessa data, pois consideram que o país ainda deve fazer "progressos substanciais" em sua verificação nuclear.
Os EUA prometeram retirar as sanções estabelecidas na "Lei contra o Comércio com o Inimigo" e eliminar a Coréia do Norte de sua lista de países patrocinadores do terrorismo em um prazo mínimo de 45 dias desde a entrega da declaração nuclear, em 26 de junho, caso tenham acesso a um protocolo de verificação de seu programa nuclear.
Esta possibilidade se abre na segunda-feira, mas Washington deixou muito claro que não se trata de uma data fixa, mas de um prazo de "pelo menos" 45 dias para que possa suspender as sanções contra a Coréia do Norte.
— Acho que lhes explicamos (à Coréia do Norte) que essa data não é realmente uma data limite, mas um mínimo de tempo que temos para começar a tomar
nossas decisões — ressaltou hoje o
porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Gonzalo Gallegos.
Gallegos afirmou que os Estados Unidos ainda estão negociando o processo de verificação com a Coréia do Norte, e sugeriu que um anúncio deste tipo é pouco provável nesta segunda-feira.
— Deixamos muito claro que (os norte-coreanos) têm que fazer progressos substanciais no protocolo de verificação e que, quando esse dia passar (11 de agosto), olharemos de novo todas as informações e decidiremos como atuar e quando — explicou Gallegos, em sua reunião com jornalistas.
Os 45 dias abrem uma "janela" na qual o Congresso pode apresentar suas objeções ao levantamento das sanções e à eliminação da Coréia do Norte do chamado "eixo do mal".
No final de junho, a Coréia do Norte deu um passo importante rumo à desnuclearização, ao entregar sua esperada declaração nuclear e destruir a torre de resfriamento do centro de Yongbyon, símbolo de seu programa atômico.
Em julho, as duas Coréias, EUA, Rússia, Japão e China, que
participam das conversas de seis lados, alcançaram em Pequim um consenso para verificar o inventário nuclear da Coréia do Norte, tal como exigia a segunda fase do processo de desarmamento.
As partes trabalham agora em um protocolo de verificação que inclui entrevistas e visitas "in situ" de analistas para verificar se a Coréia do Norte cumpriu com sua parte dos compromissos assumidos para desmantelar seu programa nuclear.
A Coréia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear em 9 de outubro de 2006, o que desencadeou uma crise internacional. Um ano depois, os seis negociadores alcançaram um acordo de três fases que incluía a entrega de um inventário, o processo de verificação e o desarmamento completo, em troca de uma série de incentivos.
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